Arquivo da categoria: Minha história de amor até o casamento.

MINHAS RAZÕES

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Nasci nesta cidade maravilhosa, cercada de morro e de quintais onde frutas e flores se harmonizavam trazendo paz e equilíbrio. Minha infância foi cercada e inocentes aventuras, boas amizades e uma fé católica que herdei de minha mãe.

Aqui vivi a minha juventude por entre sonhos e perdas. Sonhos de um futuro promissor e perdas de entes queridos que, por partirem tão cedo desta vida, me colocaram também cedo como senhora de meu destino.

Na praça da matriz conheci o amor de minha vida, único e inabalável. Casei e parti para uma terra distante e em uma época mais distante ainda. Seguindo o que está escrito nas quatro pilastra da Universidade federal de Viçosa, “estudar, saber, agir e vencer” fiz a minha história, que passo a contar aqui, neste espaço, para que as novas gerações possam compreender que “em minha época”, não havias as facilidade dos dias atuais e cada conquista era comemorada, pois havíamos aprendido a dar valor nas coisa tangíveis e intangíveis. Digo “em minha época” apenas para dar dimensão ao tempo, embora saiba que a época de todos nós e o tempo presente.

Pensei durante um longo tempo em escrever um romance, mas optei por um blog por ser mais dinâmico e permitir uma interação maior entre as gerações. Aqui contarei a minha história e ela é atual, embora tenha começado no século passado. O amor, os sonhos as alegrias, as tristezas, a saudade, as lutas com suas vitórias e derrotas são privilégio de todas as gerações e quem não as vive, não atinge a serenidade e a paz de ter vivido intensamente.

Estas são as minhas razões e espero nesta caminhada rever velhos amigos e conquistar novos, lembrar de coisas que haviam se perdido no tempo e transmitir uma mensagem de fé e esperança na vida.

Beijos

Maria Natividade Nazareno.

A cidade onde nasci

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Viçosa é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população em julho de 2016 foi estimada em 77 863 habitantes.
Trata-se de uma cidade essencialmente vocacionada para a educação, com destaque para a Universidade Federal de Viçosa, fundada em 1926 pelo então presidente da República Arthur da Silva Bernardes, nascido em Viçosa. Conta ainda com outras instituições de ensino superior privadas acentuando ainda mais o caráter educacional da cidade. É uma cidade que atrai várias pessoas do Brasil e de outros países devido a eventos científico-acadêmicos que se realizam em torno da universidade, somando aproximadamente 500 eventos anuais. Sua população é composta na sua maioria por jovens, o que confere uma dinâmica à cidade, além do grande número de festas que se realizam durante a semana.
O que torna Viçosa diferente é vivendo lá somos a soma das culturas de todo o Brasil, levadas pela juventude que pela sua irreverência nos torna vanguarda nos grandes temas nacionais. A inteligência floresce e com ela o amor, a compaixão e a ética. Viçosa molda o caráter daqueles que no seu mundo passeiam e sempre ao cair da noite, descobrimos que somos uma nova pessoa, pronta a evoluir mais um pouco no dia seguinte.
Hoje cosmopolita, mas nem sempre foi assim. Em um passado distante, refletia a dificuldade que o Brasil enfrentava e seus filhos sofriam na pele para gestar o pão nosso de cada dia.

A cidade é linda tendo como padroeira  Santa Rita de Cássia advogada das causas impossíveis .A igreja fica no centro da cidade em frente a praça principal . O padre da cidade tinha uma influencia muito forte com os fiéis da igreja , hoje nem tanto , mas alguns anos atrás ele se envolvia até com o modo de vestir das pessoas que frequentavam a igreja . Houve um tempo que o padre deixou de realizar um casamento porque a noiva estava com um decote mais ousado .
A igreja estava linda. Rosas coloridas desde o altar. O ambiente de uma uma beleza sofisticada. Nada disso comoveu o padre a deixar de fazer o casamento. Os noivos de uma família rica e poderosa , nada fizeram e foram embora bem chateados. Logo em seguida outro casamento de uma pessoa simples que se realizou naquela beleza que deixou os noivos estonteantes diante do acontecido. Essa era a viçosa de minha infância e juventude e vocês imaginem como era os tabus em outros assuntos menos sagrados.

100 músicas que marcaram os anos 60

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É um pedacinho de cada música para viajarmos no tempo. A década de sessenta foi um divisor de águas para o mundo. Foram quebrados paradigmas e a juventude fez a diferença com a sua rebeldia, com a irreverência e como dizemos hoje: com sangue nos olhos defendendo tudo aquilo que acreditavam. Na década de 60 eu estava casada e essas eram as músicas que faziam a nossa cabeça na época.

100 músicas mais tocadas na década de 50

anos 50

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A década de 50 foi para mim foi um divisor de águas. Era a época de descobrir o amor, de pensar mais no futuro e de tomar as decisões corretas. Antes de começar a descrever o aconteceu na minha juventude, seria bom que o leitor deste blog soubesse o que tocava nas rádios naquela época e como a melodia e as letras influenciavam a juventude.
Aproveite e ouça como coração as deliciosas canções que embalaram a juventude de meu país em meados do século passado. Não vale chorar.
Na próxima postagem deixarei claro a dificuldade que uma jovem mulher tinha em uma sociedade patriarcal junto à tradicional família mineira.

Onde Tudo começou.

Nasci em uma família pobre e de formação católica. Meu pai era de origem portuguesa e fora adotado na infância por um família mineira e a minha mãe tem sua origem na zona da mata mineira. O destino quis que se encontrassem e se apaixonassem.
Ela se chamava Stylita de Castro Cabral e ele José Manoel Cabral. O começo de suas vidas em comum fora marcado pela ausência de conforto, morando em casa alugada , trabalhando muito, ganhando pouco e se esforçando ao máximo para criar e educar os filhos decorrentes dessa União.
Desse amor nasceram Terezinha, José Cabral, Luiz Cabral, Eu (Natividade), José Napoleão, Ritinha e Geraldo Magela, este que levei comigo anos depois quando parti para terras desconhecidas. Cada um dos meus irmão tinha uma personalidade totalmente diferente uns dos outros. José Cabral, o mais velho sempre se mostrou muito centrado e com a morte de meus pais assumiu ainda jovem a direção da família, com certo exagero diga-se de passagem, mas era muita responsabilidade para a sua juventude. Terezinha era como uma segunda mãe, um doce de candura e desde cedo se enveredou pelas searas das letras e foi ensinar nas roças para os peões e filhos de peões nas fazendas de café e cana de açúcar. Napoleão buscou mais tarde o seu futuro na capital mineira, ligado ao ramos de farmácia e constituiu também uma linda família. Luiz ficou em viçosa, trabalhou como bancário e sempre teve um gosto sofisticado. Geraldo no começo como todo caçula que se preze sempre aprontava suas “peraltagens” e com o avançar dos anos tomou o juízo necessário e hoje é o patriarca de uma enorme família.
Ritinha teve que trabalhar desde muito cedo para prover o próprio sustento, por era a mais nova e o trabalho consumiu o tempo de sua juventude não lhe sobrando o necessário para encontrar a alma gêmea. Aposentou-se e conseguiu a estabilidade financeira que lhe permitiu viver como sempre sonhou desde os idos da infância e eu, bom….daqui a pouco eu conto.
Essa era a minha família nos primeiros anos de minha vida. No decorrer deste blog descreverei fatos que ajudarão a compreender cada um deles e as razões de serem como são, ou foram.

Minha 1ª Comunhão aos sete anos

O tempo passava lentamente em meio a folguedos e brincadeiras. Lembro com carinho de todo final de tarde, esperar pelo meu pai que apontava no início da rua e ia correndo abraça-lo e com ele voltava pra casa. Nesse intervalo ele queria saber de tudo o que eu tinha feito e dava seus palpites e conselhos e o principal: fazia questão que eu nunca me separasse de fé cristã.  Assim aos 7 anos fiz minha primeira comunhão.
A família é toda católica tanto por parte de pai como de mãe. Era reza de manhã de tarde e a noite. Na minha primeira comunhão puseram tanta reza na minha cabeça que até hoje eu fico lembrando como consegui decorar um ato de contrição enorme que até hoje não consigo esquecer.

Com tudo isso fui ficando com medo de enfrentar o padre, medo esse de não dar conta das ladainhas que puseram na minha cabeça. Finalmente chegou o grande dia  e aquela correria para aprontar o vestido feito pela minha mãe que era uma costureira de estilo e faltavam os retoques finais.  O vestido rosa claro com um lindo laço de cetim que sobrepunha sobre o tecido dando aquele tom estonteante que ficou maravilhoso.
Eu estava linda toda de cachinhos com um laço de fitas nos cabelos. Eu me lembro bem da sandália cor de rosa que estava faltando para completar o enxoval, quando de repente papai entrou em casa trazendo aquela relíquia que eu tanto sonhava. Foi uma alegria total.
Fomos todos para a igreja , fiquei na fila para me confessar e eu nem sabia o que era pecado. Quando chegou minha vez precisou que me dessem um empurrão que fui bater no joelho do padre que estava sentado no confessionário . Ainda bem que aquele medo acabou, pois a confissão deu tudo certo e consegui finalmente fazer a minha primeira comunhão. O tempo passava lentamente em meio a folguedos e brincadeiras. A minha primeira infância foi uma delícia.

A ESCOLA

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Com o decorrer do tempo , consegui terminar o primário quatro anos de estudos em escola estadual , foi muito bom e reconheci que aquelas exigências dos professores foi válida. Um ensino arrojado que transmitia para os alunos uma sabedoria inimaginável.

Agora veio a preocupação de meus familiares. A minha mãe ficou viúva muito cedo. O meu pai era um comerciante de renome só que não me lembro bem mas  houve naquela época uma crise financeira, talvez a queima do café para valorizar as mercadorias. Parece que foi na década de 1929 a 1930 mais ou menos, alavancada pela quebra da bolsa de valores nos Estados Unidos da América.

O meu pai ficou muito contrariado com a situação do momento que não teve outra alternativa, achando que na bebida poderia esquecer o acontecido, tomando um gole aqui e, outro ali poderia aliviar os problemas que estavam surgindo dia a dia

Finalmente aos trancos e barrancos consegui concluir o primário.  Foi uma etapa difícil pois como já havia dito, a minha família não dispunha de tantos recursos para manter estudando o tempo todo como eu desejava  como não havia naquela época escola estadual para ginásio o meu pai falido não aguentou as dificuldades financeiras , adoeceu e, daí não recuperou a sua saúde e veio a falecer.

Foi aí que as coisas ficaram complicadas. A minha mãe viúva com sete filhos menores para criar, a minha irmã mais velha estava com dezesseis anos e já era normalista formada, foi mais privilegiada neste sentido pois o meu pai naquela época que o comercio estava dando certo conseguiu pagar os estudos dela.

Agora ela precisava encontrar escola para dar aulas e como na cidade nas escolas não haviam vagas, ela teve que se contentar em dar aulas na roça para os peões . Foi muito difícil aquela época mas mesmo assim ela foi levando para conseguir alguma grana para assim poder ajudar nas despesas da casa. Mesmo assim aos trancos e barrancos ela ficou um bom tempo dando aulas para aqueles marmanjos que terminavam as tarefas ao anoitecer com suas enxadas na mãos calejadas que tinham dificuldades até de pegar no lápis para rabiscar alguma coisa. Era uma tarefa difícil mas esta minha irmã era muito tranquila teve uma educação esmerada, só assim com todas as polêmicas que apareciam ela conseguia tirar de letra.

Agora vamos ao que interessa. O curso ginasial que eu precisava fazer. Terminei o primário sem dificuldades pois, a escola estadual era de graça assim eu pude concluir esta tarefa com mais tranquilidade e a minha família pode ficar mais alegre com mais esta batalha ganha.
No momento só veio um pensamento: como adquirir um bolsa, para fazer o meu sonhado curso ginasial. A minha mãe já viúva com sete filhos costurando e bordando para fora  não sabia o que fazer com tantas coisas na cabeça . Uma luz iluminou a mente dela e a minha fada madrinha apareceu trazendo uma solução que iria depender unicamente de mim. Eu teria que fazer um exame de admissão para entrar para o ginásio e teria que ser classificada para assim conseguir a bolsa tão desejada.
Com a esperança de conseguir a bolsa para estudar agarrei com unhas e dentes nos livros e batalhei como se estivesse numa guerra de letras,  números e histórias mundiais. Foi bom  e comecei a sentir que estava aprendendo alguma coisa útil . O meu maior problema era a matemática. Eram tantas contas que às vezes me encabulava cada vez mais com os números, mas não desanimei fui tocando o barco pra frente para não afundar, e assim fui tomando gosto pela situação e já sentindo o gosto da vitória.
Finalmente o pesadelo acabou consegui alcançar o meu objetivo tão sonhado estudar numa escola particular que era privilégio daqueles que tinham uma condição financeira melhor para poder manter os estudos.
Para mim foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida estudar no colégio de viçosa.
A minha mãe feliz por eu ter conseguido a bolsa foi logo providenciando o meu sonhado uniforme. Eu estava sentindo um alivio  e a alegria tomou conta de mim por poder realizar tudo aquilo que estava em minha mente e assim mostrar para aquele bando de patricinhas que aquele colégio não era só de bacanas nem privilégio daqueles que achavam que só porque tinham uma posição social mais elevada poderiam estudar no colégio de viçosa.
Hoje eu me sinto uma guerreira por ter conseguido terminar o meu curso ginasial, levando em consideração as dificuldades da situação financeira daquela época de meus familiares.
E agora como conseguir um emprego algo para poder assim dar a colaboração para aquelas pessoas que tanto me ajudaram principalmente a minha mãe?
Foi uma utopia eu achar que o emprego seria fácil  e precisava de mais conhecimento tive que fazer o curso de datilografia. A minha mãe mais uma vez conseguiu deu um jeito  para que eu fizesse o curso.  Eu me sentia privilegiada com todo aquele carinho da minha mãe e dos meus irmãos.
A festa de formatura, ia me esquecendo, foi a coisa mais linda que poderia ter acontecido. A missa de manhã, um almoço regado à vinhos e, finalmente chegou o momento mais importante: a entrega do diploma tão sonhado e logo em seguida o baile para dançar a valsa.

Eu me lembro todos os detalhes dos vestidos que a minha mãe fez , cada um apropriado de acordo com a ocasião , cada um mais lindo do que outro. O vestido da noite era lindo eu me sentia uma cinderela diante da beleza daquela roupa cheia de rendas e babados.
Como a maioria dos  meus irmãos já estavam empregados a situação começou a melhorar e eu fiquei mais tranquila ,pois não era fácil trabalho para menores adolescentes , com isso só me restava aguardar e, ficar na expectativa dos acontecimentos.
E logo tudo iria tomar novos rumos, novas soluções e novos problemas.
formatura

A FAMÍLIA

Essa foto foi tirada por ocasião das comemorações dos oitenta anos de minha irmã terezinha. Eu não pude ir, mas dei um jeitinho de aparecer na foto via photoshop. Estávamos la da esquerda para a direita: eu, Ritinha, Teresinha, Luiz, Napoleão e Cabral. Essa foi foi tirada na varanda da casa onde morava a minha irma Terezinha, já falecida após completar 90 anos. Outro que mais encontra-se entre nós é o meu irmão Napoleão. Não estava presente na foto o meu irmão Geraldo que por motivo de trabalho não pode viajar para as comemorações.
Esses são a origem de minha família e cada um gerou uma descendência bonita.

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O MENESTREL

Este vídeo de pouco mais de 6 minutos resume os ensinamentos que a vida se encarrega de proporcionar ao longo dos anos. Aos jovens, suplico que o vejam e assim evitem a perda de tempo de descobrir as verdades usando a técnica de “tentativa e erro”. Queimem etapas usando o conhecimento de quem sentiu na pele a dor e a beleza de ser o que somos e caminhem com o conhecimento necessário para fazer a diferença.

A DESCOBERTA DO AMOR

PRAÇA DE VIÇOSA

PRAÇA DE VIÇOSA HOJE

Em uma bela tarde, eu encontrava-me sentada na porta de minha casa conversando com minhas amigas, Eva Bortoni, Cleuza e Vera Simplíco quando passou por nós um rapaz acompanhado de uma moça que parecia ser sua namorada porque estavam de mãos dadas. Ao passar por nós ele me encarou com “olhar de cobiça”, chegando a torcer o pescoço de tanto olhar para trás.

Cleuza chegou a dizer:

– IH, esse cara não tira o olho da gente. Está com namorada e fica dando bola.

Creio que ela naquele momento achou que a bola era para ela.

No próximo fim de semana fomos para o jardim à noite para passear. Naquele tempo a diversão era ficar rodando em volta da praça, os homens no sentido horário, as mulheres no sentido anti-horário e os casais que se formavam iam para o meio da praça. Havia no ar um certo preconceito de cor e de situação financeira para que ousava frequentar a praça. Os menos favorecidos, na maioria negros,  andavam do lado de fora, ou seja na rua.

Em uma dessas voltas aquele rapaz que vi na porta de casa, viu o nosso grupo e veio diretamente pedir para falar comigo. Rápido como um rastilho de pólvora ele imediatamente me pediu em namoro. Eu, mais rápida ainda aceitei na hora. Como era praxe na época, como um casal formado, fomos para o meio da praça para conversar e nos conhecermos melhor.

Em nenhum momento falamos da moça que seria a sua namorada. Isso seria como estragar o clima de romance que se formava. Depois desse encontro, investiguei quem era a moça e descobri que morava em um apartamento em cima do banco onde meu irmão mais velho, Zezé, trabalhava. Fiquei sabendo também que meu namorado, que se chamava João Bosco Nazareno, havia terminado o relacionamento com ela logo após ele me ver pela primeira vez na porta de casa.

O namoro corria às mil maravilhas. Era um namoro escondido, pois meu irmão  Zezé era muito ciumento. Eu entendia naquele momento isso como uma forma dele me proteger. Mas como tudo que é bom dura pouco, começaram os primeiros problemas. Problemas fora do relacionamento, mas ligados a ele.

Um belo dia, não tão belo assim, meu irmão veio até mim muito bravo dizendo que fora alertado pela moça do andar de cima do banco onde trabalhava que eu estaria namorando um rapaz que não valia nada. Segundo ele, o rapaz com quem eu estava me relacionando, um tal de João não sei das quantas, ficava até madrugada toda noite na casa da namorada e sem mais nem menos sumiu do mapa, assim do nada.

Depois da “dura”, fiquei proibida de namorar o tal do João não sei das quantas, embora sabendo que isso era o fakenews da época.

Lógico que não acatei a ordem Apenas fingi acatar para não ter problemas imediatos.

Houve um dia em que, por coincidência, eu estava saindo da praça com meu namorado quando Zezé chegou, me pegou pelo braço para me levar pra casa. Meu namorado segurou do outro lado e me puxou. Estava formado o “pizeiro” como se diz em bom cuiabanês. (sou cuiabana agora)

Resolvi contornar a situação e disse ao João Bosco: – deixa, vou embora, sou de ouro e não posso ser tocada. Depois a gente se vê.

Ao chegar em casa, meu irmão mais velho, disse que se eu continuasse o namoro ele iria me deserdar, como se isso fosse possível. Chegou inclusive a ameaçar me dar um corretivo físico, tirando inclusive o correão para me bater, mas não chegou às vias de fato.

Eu, que estava descobrindo o amor, mandei ele enfiar a herança onde quisesse.

Esse foi o início de meu relacionamento com o amor de minha vida e o começo de uma sucessão de absurdos gerados por conta disso.