O CHALÉ

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A casa onde fiquei e onde minha irmã trabalhava era chamada de Chalé. A propriedade rural pertencia a Dr. Cristiano de Freitas Castro, parente do Presidente Arthur Bernades. Minha irmã dava aula para os trabalhadores dessa fazenda. A casa era destinada a minha irmã e seu marido José Pinto, ficando na beira da estrada que ligava Viçosa a Ponte Nova. A propriedade era repleta de frutas e um lugar agradável para se viver. O proprietário morava em Belo Horizonte e ia de vez em quando visitar a propriedade.

Quando meu noivo ia me visitar, senti uma certa animosidade, que só depois de muito tempo entendi a razão. Creio que o meu cunhado José Pinto, foi influenciado por meu irmão José Cabral e acabou acreditando que não havia boa intenção por parte de João Bosco comigo. Para o meu bem, iludido naquele momento quis me proteger.

Minha amiga Vera me ajudou muito. Eu ia para Ponte Nova com a desculpa de comprar alguma coisa e meu noivo já estava na cozinha do ônibus e só assim a gente se encontrava. Era uma dificuldade.

Um dia, João Bosco foi me visitar como noivo para programar a reta final do casamento e o meu cunhado não quis recebe-lo em casa.

Ele não quis que ficasse nem na estrada. Pegou o meu noivo e o levou de caminhão, até o município de Ponte Nova para que ele pegasse um ônibus até viçosa.  Muito tempo depois fiquei sabendo por João Bosco que por pouco ali não aconteceu uma tragédia. Como era de Mato Grosso e lá ninguém leva desafora pra casa, ele pensou muito em não revidar, o que seria normal para o seu temperamento. Graças a Deus.

Eu fiquei abobalhada na beira da estrada, vendo meu cunhado cortando uma vara para bater no meu noivo, que para evitar mais problemas subiu no caminhão e partiu. Não tive coragem nem de entrar na casa de novo. Quando eu já não mais sabia o que fazer da vida eis que para um taxi em minha frente. Era meu noivo me levando embora, pois tinha arrumado um local para que eu ficasse na casa de uma família de amigos, “Seo Joel de D. Sebastiana” em um sobrado na Rua dos Passos em viçosa.  Antes de ir falei com minha irmã que compreende de pronto.

Fiquei naquela casa esperando que minha futura sogra, Dona Oliva de Arruda e Silva mandasse os documento necessários de meu noivo para efetivar o casamento. Logo que chegou os documento levamos à igreja para que fosse apregoado. Meu irmão Zezé não se envolveu mais em minha vida depois daquela mudança. Nem ele nem meu cunhado. Acredito em uma conversa de pé de ouvido entre meu noivo e eles, mas não tenho certeza. O fato é que quando eu saia na rua, sentia medo de ser a bordada por meu irmão.

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